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MARTIN MARGIELA

  • Foto do escritor: desalinhandoideias
    desalinhandoideias
  • 20 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de jul.

Poucos nomes na moda causaram tanto impacto quanto o de Martin Margiela e paradoxalmente, ele fez isso evitando completamente os holofotes. Enigmático, visionário e provocador, Margiela redefiniu o conceito de moda contemporânea com suas criações desconstruídas, sua crítica ao sistema e seu completo desprezo pela fama. Esta matéria explora quem foi esse criador misterioso, suas contribuições mais icônicas e as obras que ajudam a entender seu legado.



Quem é Martin Margiela?

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Martin Margiela nasceu em 9 de abril de 1957, em Leuven, uma pequena cidade na Bélgica. Criado em Genk, ele se interessou por moda desde pequeno, encantado por revistas e pela televisão italiana que via com a avó. Estudou na prestigiada Royal Academy of Fine Arts, em Antuérpia a mesma que formou os famosos “Seis de Antuérpia”, embora ele não fizesse parte oficialmente do grupo.



Início da Carreira

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Após se formar, Margiela trabalhou como assistente de ninguém menos que Jean Paul Gaultier, entre 1984 e 1987. Essa experiência moldou sua compreensão sobre a alta-costura e, ao mesmo tempo, o motivou a romper com as normas. Em 1988, fundou sua própria marca: a Maison Martin Margiela, junto da parceira Jenny Meirens.

Desde o início, o designer optou pelo anonimato. Nunca deu entrevistas, não aparecia no final dos desfiles e evitava a imprensa. Sua proposta era o foco deveria estar na roupa, não na pessoa por trás dela.



Estilo e Estética

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Martin Margiela ficou conhecido por sua abordagem radical, desconstruir a roupa para reconstruir o olhar do público. Suas peças revelavam costuras, forros, estruturas internas transformando o “imperfeito” em estética. Ele expunha o esqueleto da roupa como forma de contestação da superficialidade da moda.



Outros elementos marcantes:

  • Uso de materiais reciclados e reaproveitados (upcycling antes de ser tendência).

  • Numeração enigmática nas etiquetas, sem nome visível: apenas uma sequência de 0 a 23, em que cada número representa uma linha da marca (ex: 6 para moda feminina, 10 para masculina, 22 para acessórios).

  • Modelos com rosto coberto, roupas que pareciam inacabadas ou deformadas, peças oversized.



Momentos Icônicos e Trabalhos Importantes

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1989: Primeiro desfile da Maison Margiela em Paris. Foi um escândalo. Crianças da comunidade desfilaram junto das modelos profissionais, em uma passarela improvisada em um bairro periférico.


1997-2003: Margiela assume a direção criativa da linha feminina da Hermès. Em um movimento totalmente oposto à sua própria marca, cria roupas minimalistas, atemporais e elegantes. Isso provou sua versatilidade como criador.


2006: A marca é adquirida pelo grupo OTB, de Renzo Rosso (Diesel), e Margiela começa a se afastar da Maison.


2009: Sua saída é confirmada, mas ele se retira sem alarde, como viveu toda sua carreira. Desde então, vive completamente fora do radar midiático.



O "mito"

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É considerado o padrinho da moda conceitual e influenciou nomes como Demna Gvasalia (Balenciaga), John Galliano (que assumiu a Maison Margiela em 2014), e Rei Kawakubo.



Documentários sobre Margiela

Apesar do silêncio, Martin Margiela quebrou parte do mistério em 2019:

Martin Margiela: In His Own Words (2019)

Direção: Reiner Holzemer

O documentário mostra Margiela narrando sua trajetória com sua própria voz, mas sem revelar o rosto.

Repleto de imagens de arquivo, entrevistas com colaboradores e reflexões sobre o que é o anonimato, o sistema da moda e a criação.



Livros sobre Martin Margiela

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"Maison Martin Margiela" (Rizzoli, 2009)

Catálogo visual e histórico da marca até a saída de Margiela.

Inclui fotos raras e análises de peças icônicas.


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"Margiela: The Hermès Years" (Lannoo Publishers, 2017)

Analisa a passagem discreta e sofisticada do estilista pela Hermès.


"Martin Margiela" por Rebecca Arnold

Aborda seu impacto acadêmico e filosófico no campo da moda.


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“Nunca fui contra a moda. Só queria que ela fosse algo mais do que vender imagens” — Martin Margiela


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