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Nancy Cunard

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    desalinhandoideias
  • 1 de nov.
  • 2 min de leitura

Nancy Clara Cunard nasceu em 10 de março de 1896, em Londres, Inglaterra, filha única de Sir Bache Cunard, herdeiro da empresa de navegação Cunard Line, e de Maud Alice “Emerald” Burke, americana de família rica. Cresceu em meio à alta sociedade britânica, mas desde jovem demonstrou um espírito rebelde e avesso às convenções de sua classe.

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Após o divórcio de seus pais em 1911, Nancy passou a viver com a mãe em Londres e entrou em contato com os círculos literários e artísticos frequentou pensionatos na Inglaterra, Alemanha e França e desenvolveu fluência em várias línguas.

Em 1916, casou-se com o capitão Sydney Fairbairn, mas o casamento durou apenas cerca de 20 meses e terminou em divórcio em meados de 1925.


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Por volta de 1920, Nancy mudou-se para Paris, onde rapidamente se inseriu nos círculos da vanguarda literária, artística e do movimento modernista. Ali tornou-se amiga, musa ou colaboradora de escritores e artistas como Ezra Pound, Wyndham Lewis, T. S. Eliot, Louis Aragon, Tristan Tzara e Man Ray. Ela publicou poesia e produziu trabalhos literários próprios, entre eles o poema extenso Parallax em 1925.


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Em 1928, Nancy fundou a editora Hours Press em Réanville, Normandia, que publicou obras importantes da literatura modernista e de vanguarda como o primeiro livro de Samuel Beckett (Whoroscope, 1930) e trechos de Ezra Pound (A Draft of XXX Cantos).

Em paralelo à atividade literária e editorial, Nancy dedicou-se ao ativismo político. Influenciada por sua relação com o músico afro-americano Henry Crowder, passou a estudar e denunciar as injustiças raciais nos Estados Unidos e nas colônias britânicas.


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Em 1934, publicou a célebre antologia Negro: An Anthology, reunindo escritos e arte de intelectuais da diáspora africana. Durante a Guerra Civil Espanhola, Nancy apoiou os republicanos e organizou esforços de ajuda humanitária; durante a Segunda Guerra Mundial colaborou com a imprensa aliada e deu suporte à resistência francesa.

No entanto, sua vida não foi isenta de sofrimento. A herança que ela possuía foi gradualmente consumida, sua saúde mental e física deteriorou-se, e ela enfrentou alcoolismo, isolamento e dificuldades nos últimos anos. Em 17 de março de 1965, Nancy Cunard faleceu em Paris, França.



Principais Contribuições

e Legado

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Nancy Cunard é lembrada por várias frentes: como poeta, editora, ativista e ícone da moda e do estilo boêmio. Seu visual com o cabelo curto, roupas modernas, e sobretudo suas joias inspiradas em arte africana, como grandes braceletes de marfim ou madeira marcou a estética da década de 1920 e além.

Como editora, sua Hours Press teve papel importante ao promover a literatura modernista em pequenas edições de luxo. Como ativista, seu livro Negro é considerado marco na literatura de luta antirracista da primeira metade do século XX.


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Hoje, Nancy Cunard é reconhecida como uma figura transgressora de sua época: uma mulher de privilégio que escolheu questionar seu mundo, assumir posições extremas e usar sua voz e recursos para arte, política e cultura.


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