O QUE É A CITES?
- desalinhandoideias

- 24 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de jul.
A CITES (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora) é uma convenção internacional que regula o comércio de animais e plantas ameaçados de extinção, incluindo seus produtos derivados como couro, peles, ossos, madeira, chifres, entre outros.
Ela não proíbe o comércio totalmente, mas impõe regras rígidas de controle, documentação e rastreabilidade para evitar que espécies sejam exploradas até a extinção.
Quando e por que surgiu?

A CITES foi criada em 1973, durante uma conferência das Nações Unidas em Washington, e entrou oficialmente em vigor em 1975.
Na época, o mundo começou a perceber que o comércio descontrolado de animais e plantas estava causando desaparecimento acelerado de espécies, principalmente para atender aos mercados de moda, decoração, alimentação exótica e medicina tradicional.
Quais países fazem parte?

Atualmente, mais de 180 países são membros da CITES praticamente o mundo todo. O Brasil, por exemplo, é membro desde 1975. Os países signatários se comprometem a:
Controlar o comércio de espécies listadas.
Emitir autorizações e certificados específicos.
Penalizar o tráfico ilegal.
Esses países são chamados de Partes da CITES. A organização é global, mas cada país tem sua autoridade nacional para aplicar as regras.
No Brasil, essa autoridade é o IBAMA.
Como funciona na prática?

As espécies controladas pela CITES são divididas em três listas chamadas Apêndices:
Apêndice I: espécies em perigo crítico de extinção. O comércio internacional é proibido, exceto em casos muito específicos (como pesquisa científica). Exemplo: tigres, gorilas, algumas espécies de crocodilo selvagem.
Apêndice II: espécies não necessariamente ameaçadas, mas que podem ficar em risco se o comércio não for controlado. O comércio é permitido com licença de exportação e comprovação de origem. Aqui entram muitas cobras, jacarés e madeiras tropicais.
Apêndice III: espécies protegidas em um país específico que pede ajuda internacional para fiscalizar o comércio.
E na moda, o que a CITES controla?

Tudo o que envolve partes de animais listados:
Couro de píton, jacaré, crocodilo, arraia, iguana...
Peles de felinos silvestres, como onça e leopardo.
Produtos feitos com penas, ossos, marfim ou conchas.
Se uma marca ou artesão quer vender um produto com couro de píton para fora do país, precisa ter:
Certificado CITES da origem.
Registro de criadouro autorizado.
Documentação completa de transporte e venda.
Sem isso, o produto pode ser barrado na alfândega ou considerado tráfico ilegal.
Problemas atuais
Apesar de ser uma convenção forte, a CITES enfrenta desafios:
Fraudes em certificados.
Dificuldade de rastrear origem real de animais.
Países com fiscalização fraca ou corrupção no processo.
Comércio “lavado”, animais selvagens vendidos como criados legalmente.
A CITES é uma ferramenta essencial para proteger espécies ameaçadas da exploração comercial desenfreada e tem impacto direto na moda, decoração e até na alimentação.
Usar couro exótico ou peças com origem animal exige atenção, responsabilidade e consciência do que está por trás daquela pele estampada.










