TECIDOS SINTÉTICO, HISTÓRIA E ORIGEM DAS FIBRAS QUÍMICAS
- desalinhandoideias

- 2 de jul.
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Atualizado: 30 de jul.
Com a revolução industrial e o avanço da ciência química, surgiram materiais que transformaram profundamente a forma como nos vestimos: os tecidos sintéticos. Fabricados em laboratório a partir de derivados do petróleo ou de processos industriais complexos, eles trouxeram inovação, praticidade e novas possibilidades para a moda mas também levantaram questões ambientais e éticas que ainda ecoam hoje.
Nesta matéria, você vai conhecer a história dos tecidos sintéticos, onde e quando eles surgiram, como foram evoluindo no século XX e um mini guia com todas as principais fibras sintéticas utilizadas na indústria têxtil.
História: Onde e Quando Surgiram os Tecidos Sintéticos?


Os tecidos sintéticos nasceram da união entre ciência e necessidade. No final do século XIX e início do século XX, a indústria buscava alternativas mais baratas e resistentes às fibras naturais, que eram mais difíceis de cultivar e processar.
Primeiros passos: Europa e Estados Unidos
1884 – França: o químico Hilaire de Chardonnet desenvolve a primeira fibra artificial baseada em celulose, chamada de "seda de Chardonnet" um precursor da viscose.
1910 – EUA: é criada a rayon, a primeira fibra "semissintética", feita a partir da celulose vegetal.
1935 – EUA (DuPont): nasce o Nylon, a primeira fibra sintética 100% derivada de materiais petroquímicos.
Foi revolucionária: substituiu a seda nos pára-quedas da Segunda Guerra Mundial e depois conquistou o mercado da moda com as meias-calças.
A partir daí, o século XX viu uma explosão de novos materiais criados em laboratório mais duráveis, elásticos, fáceis de lavar e com secagem rápida.
O Que São Fibras Sintéticas?

Fibras sintéticas são aquelas produzidas totalmente por processos químicos, geralmente a partir de petróleo, gás natural ou carvão. Elas são diferentes das fibras naturais (como algodão ou lã) e também das fibras regeneradas (como viscose ou modal).
Lista de Tecidos Sintéticos
Poliéster

Criado em: 1941, no Reino Unido (Terylene).
Resumo: Resistente, barato, de secagem rápida e muito usado em roupas, estofados e embalagens. Tem baixa respirabilidade e é pouco sustentável, mas pode ser reciclado.
Nylon (Poliamida)

Criado em: 1935, EUA (DuPont).
Resumo: Leve, elástico, durável e com toque suave. Foi o primeiro tecido sintético da história. Ideal para meias, lingeries e roupas esportivas.
Acrílico

Criado em: 1940, Alemanha e EUA.
Resumo: Visual semelhante à lã, leve, térmico e resistente a mofo. Muito usado em tricôs e cobertores.
Elastano (Spandex / Lycra)

Criado em: 1958, EUA (DuPont).
Resumo: Altamente elástico (pode esticar até 600%). Usado em roupas esportivas, lingeries e peças ajustadas. Normalmente aparece misturado a outras fibras.
Acetato

Criado em: 1924, EUA.
Resumo: Brilhante, sedoso, fácil de tingir. Tem visual elegante e toque gelado, mas amassa facilmente. Bastante usado em forros e vestidos.
Triacetato

Criado em: Década de 1950.
Resumo: Versão mais resistente do acetato, com toque mais encorpado e excelente caimento.
Modacrílico

Criado em: 1949.
Resumo: Semelhante ao acrílico, mas mais resistente ao fogo. Usado em perucas, peles sintéticas e uniformes industriais.
PVC (Policloreto de Vinila)

Resumo: Plástico impermeável, usado em tecidos laminados para capas de chuva, bolsas e itens industriais.
PU (Poliuretano)

Resumo: Presente em tecidos com aspecto de couro sintético. Flexível e usado em moda vegana, esportes e calçados.
Polipropileno

Resumo: Muito leve, repele umidade, tem uso industrial e técnico, mas também aparece em roupas térmicas.
Polietileno

Resumo: Usado em tecidos técnicos como o Tyvek, resistente e impermeável, utilizado em uniformes e forros.
Aramida (ex: Kevlar, Nomex)

Resumo: Fibra de altíssima resistência, usada em roupas à prova de fogo, coletes à prova de balas, uniformes industriais.
Microfibra

Resumo: Mistura ultrafina de poliéster e poliamida. Leve, macia, com toque sedoso e usada em roupas íntimas, esportivas e lençóis.
Chlorofibra

Resumo: Resistente ao cloro, com aplicações em roupas esportivas e tecidos hospitalares.
PBI (Polibenzimidazol)

Resumo: Usado em roupas de bombeiros e astronautas. Altamente resistente ao calor.
E quanto à sustentabilidade?

A maior crítica aos tecidos sintéticos é o seu impacto ambiental:
São derivados de petróleo;
Liberam microplásticos ao serem lavados;
Demoram centenas de anos para se decompor;
Mas, por outro lado, têm alta durabilidade e baixo consumo de água na produção.
Hoje, a indústria investe em soluções como:
Poliéster reciclado (rPET);
Fibras biodegradáveis;
Upcycling de resíduos têxteis.
Os tecidos sintéticos revolucionaram a moda e a indústria têxtil, trazendo novas possibilidades estéticas, funcionais e econômicas. Apesar dos desafios ambientais, eles ainda são uma peça-chave no guarda-roupa moderno.
Agora que você conhece a origem e as características de cada um, pode explorar com mais profundidade suas aplicações e entender como equilibrar seu guarda roupa com responsabilidade ecológica.


