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  • Erycah Badu

    Erykah Badu , nascida Erica Abi Wright  em 26 de fevereiro de 1971 , em Dallas, Texas , é uma cantora, compositora, produtora, atriz e figura influente na cultura afro-americana contemporânea. Reconhecida como um dos principais nomes do neo-soul , tornou-se referência musical e visual desde o fim dos anos 1990. Infância e Formação Badu cresceu em um ambiente artístico. Ainda criança, se apresentava em teatros locais e programas comunitários. Entrou na Grambling State University , onde estudou teatro, mas decidiu abandonar o curso para se dedicar integralmente à música. Durante esse período, começou a construir sua identidade artística, marcada por influências de soul, jazz, hip-hop e espiritualidade africana. Início da Carreira e Ascensão Em 1994, Badu começou a ganhar visibilidade abrindo shows e participando de eventos de música em Dallas. O ponto de virada veio quando gravou uma demo que chamou a atenção do produtor Kedar Massenburg , que a contratou. Em 1997 , lançou seu primeiro álbum, “Baduizm” , que recebeu aclamação da crítica e certificações internacionais. O disco incluía sucessos como “On & On” e consolidou a estética sonora que ficaria associada ao neo-soul. No mesmo ano, lançou o álbum ao vivo “Live” , que também se tornou um marco em sua carreira. Discografia e Trabalhos Relevantes Entre seus principais álbuns estão: Baduizm  (1997) Live  (1997) Mama’s Gun  (2000) Worldwide Underground  (2003) New Amerykah Part One  (2008) New Amerykah Part Two  (2010) Além do trabalho musical, Badu colaborou com artistas como Common, The Roots, Outkast e D’Angelo, ampliando sua presença na cultura hip-hop. Carreira como Atriz e Outras Atividades Badu também atuou em cinema e televisão, aparecendo em produções como: The Cider House Rules  (1999) Blues Brothers 2000  (1998) Participações em documentários e projetos musicais televisivos Ela também trabalha como DJ sob o nome DJ Lo Down Loretta Brown , além de atuar em oficinas de artes, performances visuais e ações comunitárias em Dallas. Estilo: Identidade Visual e Moda O estilo de Erykah Badu é um dos elementos centrais de sua imagem pública. Sua estética mistura referências afro-diaspóricas, tradições espirituais, moda urbana e elementos futuristas. Características marcantes do estilo de Badu • Turbantes e headwraps Tornaram-se sua assinatura nos anos 1990. Além de estética, carregam simbolismo cultural ligado à ancestralidade africana. • Silhuetas amplas Kaftans, mantos, casacos estruturados e roupas com volume são escolhas frequentes, reforçando sua ligação com espiritualidade e expressão livre. • Acessórios em grande escala Brincos, colares e pulseiras grandes reforçam proporção, presença e teatralidade. • Exploradora do experimental Badu usa moda como forma de comunicação artística. Em apresentações e red carpets, costuma vestir peças conceituais e colaborações com estilistas contemporâneos. • Estética afrofuturista Maquiagens gráficas, peças metalizadas, referências espaciais e visuais que mesclam tradição e futuro aparecem constantemente em suas fases mais recentes. Legado fashion A presença de Erykah Badu influenciou a moda como construção de identidade cultural. Seu estilo é frequentemente analisado em revistas, editoriais e estudos sobre moda afro-americana, e ela é convidada para campanhas, consultorias visuais e projetos ligados a marca pessoal. Influência e Legado Cultural Erykah Badu se consolidou como uma das artistas mais importantes das últimas décadas, tanto musical quanto esteticamente. Sua contribuição ultrapassa gêneros, alcançando debates sobre negritude, espiritualidade, autonomia feminina, ancestralidade e liberdade criativa. Seu impacto continua ativo em novas gerações de artistas, estilistas, músicos e criadores visuais que a citam como referência.

  • A vestimenta Iorubá: História, simbolismos e o poder da indumentária

    A cultura iorubá é uma das mais ricas e influentes da África Ocidental, presente majoritariamente na Nigéria, Benim e Togo. Sua estética, espiritualidade e modos de vestir formam um universo de significados que ultrapassa a ideia de roupa: trata-se de identidade, linhagem, ancestralidade, espiritualidade e status social. A indumentária iorubá moldou não apenas o vestuário africano, mas também influenciou o Brasil, especialmente regiões como Bahia e Pernambuco, onde tradições afro-religiosas preservam elementos dessa herança até hoje. Nesta matéria, vamos explorar as principais peças, seus significados, técnicas têxteis, cores, usos cerimoniais e como essa estética atravessou continentes, mantendo-se viva e reinventada. Para os iorubás, vestir-se é comunicar, cada peça, cor e tecido carrega símbolos sociais, religiosos e estéticos. A roupa marca classe social, fase da vida, ocasião (comum, ritualística, funerária, festiva), status familiar e relação com os orixás no contexto religioso. O vestuário é tão importante que, tradicionalmente, é parte essencial de ritos de passagem como coroações, casamentos e funerais. Tecidos tradicionais Aso-Oke O tecido mais icônico. Feito em tear manual, espesso, nobre, usado em ocasiões especiais como casamentos e festivais. Existem três tipos principais: Etu : azul-marinho ou preto com riscas finas Sanyan : tom beige-dourado feito das fibras da seda africana Alaari : vermelho vibrante, símbolo de riqueza Adire Tecido tingido com técnicas de amarração e pintura com índigo. As estampas são criadas artesanalmente e cada padrão tem um significado próprio, como proteção, prosperidade e sabedoria. Kampala Derivado do adire, com coloração mais vibrante, usada no cotidiano e em festas. As principais peças da indumentária iorubá Para mulheres Bùbá : bata ampla de manga curta. Ìró : pano enrolado na cintura, como uma saia. Gèlè : o famoso turbante estruturado. É símbolo de elegância e respeito; sua amarração pode ser simples ou extremamente elaborada. Ìpèlè/Iborún : echarpe usada sobre o ombro ou diagonalmente no corpo. Kìlà : acessório de cintura, muitas vezes usado para marcar feminilidade e status. Para homens Bùbá : versão masculina da túnica. Sóró : túnica longa e reta. Ṣọ̀rọ̀ ou Bùbá e Sòkòtò : conjunto de túnica com calça. Agbádá : talvez a peça mais imponente da moda iorubá. Uma capa ampla e majestosa usada pelos homens em ocasiões especiais. Representa autoridade, maturidade e respeito. Fìlà : o chapéu masculino, geralmente feito de aso-oke. As joias: poder, proteção e identidade O uso de joias é central para a estética iorubá. Contas de vidro (iléke):  remetem aos orixás, linhagens familiares e rituais de iniciação. Bronze e latão:  associados à realeza e à cidade de Ifé. Miçangas coloridas:  usadas tanto em roupas quanto em acessórios, cada cor com simbolismo próprio. No contexto religioso afro-brasileiro, essas contas permanecem vivas como parte da liturgia. As cores e seus significados Cada tonalidade carrega seu próprio universo simbólico: Branco:  pureza, espiritualidade, ancestralidade. Azul e índigo:  equilíbrio, profundidade, conhecimento. Vermelho:  energia, poder, vitalidade. Dourado:  prosperidade, realeza. Preto:  maturidade, força interior, ancestralidade profunda. No Brasil, essa relação com cor aparece nas roupas rituais dedicadas a cada orixá. A estética iorubá e sua influência no Brasil No período da diáspora africana, muitos iorubás chegaram ao Brasil, especialmente à Bahia. Sua indumentária influenciou: As saias rodadas das baianas O uso de turbantes Joias com contas Estamparia de amarração como o tie-dye Tecidos cerimoniais do candomblé A presença do branco nas festas tradicionais A estética se incorporou ao cotidiano brasileiro, ressignificada, mas ainda portadora da memória ancestral. A moda iorubá hoje: tradição e reinvenção A moda iorubá contemporânea mantém as bases tradicionais, mas dialoga com: cortes modernos streetwear alta costura africana coleções de designers como Lisa Folawiyo, Deola Sagoe e Kenneth Ize, que transformam aso-oke em peças de passarela As roupas iorubás continuam sendo símbolo de orgulho e resistência cultural. A moda global está finalmente reconhecendo a profundidade das estéticas africanas. A indumentária iorubá questiona o eurocentrismo histórico da moda, propondo outra forma de pensar vestimenta: como arte como símbolo como pertencimento como narrativa Compreender essa cultura amplia nossa visão sobre o que significa vestir-se e cria pontes entre passado, presente e futuro. A indumentária iorubá é um dos sistemas de moda mais sofisticados do mundo, unindo técnica artesanal, simbolismo espiritual e expressões sociais profundas. Cada tecido, acessório e cor carrega histórias de reis, sacerdotisas, artesãos, famílias e comunidades. Celebrar essa estética é também reconhecer a força da ancestralidade africana que ainda pulsa no Brasil e no mundo.

  • Funmilayo Ransome Kuti

    Funmilayo Ransome-Kuti (1900–1978) foi uma das figuras mais influentes dos movimentos sociais da Nigéria no século XX. Educadora, ativista política e pioneira na luta pelos direitos das mulheres, ela se tornou referência tanto pela atuação pública quanto pela forma como articulava identidade cultural e resistência através de sua apresentação visual. Nascida em Abeokuta, no atual estado de Ogun, Nigéria, Funmilayo foi uma das primeiras mulheres iorubás a receber educação formal em escolas ocidentais. Sua formação a levou posteriormente à docência, função que exerceu antes de se engajar de maneira integral na vida política e social. Na década de 1940, fundou a Abeokuta Women’s Union (AWU) , organização que se tornou uma das maiores frentes femininas de mobilização da época. O grupo lutava principalmente contra a exploração fiscal das mulheres e a estrutura colonial britânica que afetava diretamente as condições de trabalho, renda e autonomia feminina. Sob sua liderança, a AWU organizou protestos, campanhas de conscientização e negociações políticas que tiveram impacto nacional. Funmilayo também participou da construção do movimento anticolonial nigeriano, colaborando com partidos nacionalistas e ocupando posições de destaque em congressos pan-africanistas. Sua atuação, marcada por enfrentamentos diretos com autoridades coloniais, contribuiu para mudanças legislativas e para o fortalecimento da participação feminina na política. Além disso, ela desempenhou papel importante na promoção da educação de base e na defesa de direitos civis em comunidades urbanas e rurais. Sua relevância histórica também se conecta ao ambiente cultural que ajudou a moldar: Funmilayo é mãe de Fela Kuti, músico e criador do gênero Afrobeat, cuja obra foi profundamente influenciada pela trajetória política da família. A construção visual de uma liderança: análise da vestimenta A indumentária de Funmilayo Ransome-Kuti desempenhava um papel central em sua imagem pública. Ela utilizava predominantemente roupas tradicionais da cultura iorubá, reforçando pertencimento comunitário e vínculo com práticas têxteis locais em um período de forte influência colonial. Padronização visual na mobilização feminina As integrantes da Abeokuta Women’s Union, organização liderada por Funmilayo, utilizavam tecidos semelhantes, principalmente o adire. Essa escolha estabelecia identidade coletiva, facilitava o reconhecimento do grupo e reforçava a solidariedade entre as participantes durante atos públicos e negociações. A relevância de Funmilayo Ransome-Kuti ultrapassa sua atuação como ativista. Sua imagem e vestimenta comunicavam resistência cultural em um contexto de dominação colonial e desigualdades estruturais. O uso de tecidos, cores e modelagens tradicionais não era apenas uma preferência estética, mas parte da construção de uma liderança que integrava política, identidade e herança africana.

  • Nancy Cunard

    Nancy Clara Cunard nasceu em 10 de março de 1896, em Londres, Inglaterra, filha única de Sir Bache Cunard, herdeiro da empresa de navegação Cunard Line, e de Maud Alice “Emerald” Burke, americana de família rica. Cresceu em meio à alta sociedade britânica, mas desde jovem demonstrou um espírito rebelde e avesso às convenções de sua classe. Após o divórcio de seus pais em 1911, Nancy passou a viver com a mãe em Londres e entrou em contato com os círculos literários e artísticos frequentou pensionatos na Inglaterra, Alemanha e França e desenvolveu fluência em várias línguas. Em 1916, casou-se com o capitão Sydney Fairbairn, mas o casamento durou apenas cerca de 20 meses e terminou em divórcio em meados de 1925. Por volta de 1920, Nancy mudou-se para Paris, onde rapidamente se inseriu nos círculos da vanguarda literária, artística e do movimento modernista. Ali tornou-se amiga, musa ou colaboradora de escritores e artistas como Ezra Pound, Wyndham Lewis, T. S. Eliot, Louis Aragon, Tristan Tzara e Man Ray. Ela publicou poesia e produziu trabalhos literários próprios, entre eles o poema extenso Parallax  em 1925. Em 1928, Nancy fundou a editora Hours Press  em Réanville, Normandia, que publicou obras importantes da literatura modernista e de vanguarda como o primeiro livro de Samuel Beckett ( Whoroscope , 1930) e trechos de Ezra Pound ( A Draft of XXX Cantos ). Em paralelo à atividade literária e editorial, Nancy dedicou-se ao ativismo político. Influenciada por sua relação com o músico afro-americano Henry Crowder, passou a estudar e denunciar as injustiças raciais nos Estados Unidos e nas colônias britânicas. Em 1934, publicou a célebre antologia Negro: An Anthology , reunindo escritos e arte de intelectuais da diáspora africana. Durante a Guerra Civil Espanhola, Nancy apoiou os republicanos e organizou esforços de ajuda humanitária; durante a Segunda Guerra Mundial colaborou com a imprensa aliada e deu suporte à resistência francesa. No entanto, sua vida não foi isenta de sofrimento. A herança que ela possuía foi gradualmente consumida, sua saúde mental e física deteriorou-se, e ela enfrentou alcoolismo, isolamento e dificuldades nos últimos anos. Em 17 de março de 1965, Nancy Cunard faleceu em Paris, França. Principais Contribuições e Legado Nancy Cunard é lembrada por várias frentes: como poeta, editora, ativista e ícone da moda e do estilo boêmio. Seu visual com o cabelo curto, roupas modernas, e sobretudo suas joias inspiradas em arte africana, como grandes braceletes de marfim ou madeira marcou a estética da década de 1920 e além. Como editora, sua Hours Press  teve papel importante ao promover a literatura modernista em pequenas edições de luxo. Como ativista, seu livro Negro  é considerado marco na literatura de luta antirracista da primeira metade do século XX. Hoje, Nancy Cunard é reconhecida como uma figura transgressora de sua época: uma mulher de privilégio que escolheu questionar seu mundo, assumir posições extremas e usar sua voz e recursos para arte, política e cultura.

  • A tradicional "Mantilha Espanhola"

    Nessa matéria vamos falar sobre mulheres e suas mantilhas negras , presas sobre uma estrutura alta chamada peineta . Esse é um traje tradicional espanhol , profundamente ligado à história, à religião e ao comportamento social das mulheres da Espanha especialmente entre os séculos XIX e XX , embora suas origens sejam bem mais antigas. O que é a mantilha? A mantilha  ( mantilla , em espanhol) é um véu de renda   geralmente de seda ou tule bordado  usado sobre a cabeça e os ombros. Ela é sustentada por uma espécie de pente ornamental alto , feito de tartaruga ou plástico, chamado peineta , que dá essa aparência ereta e majestosa ao véu. A cor e o uso da mantilha possuem significados simbólicos : Preta:  usada em ocasiões solenes, como funerais, Semana Santa e audiências com o Papa. Representa luto, respeito e sobriedade. Branca:  tradicionalmente usada por noivas ou em celebrações religiosas, simbolizando pureza e devoção. Origem e época A mantilha surgiu por volta do século XVI , durante o reinado de Carlos V , quando o costume de cobrir a cabeça se consolidou entre as mulheres espanholas. No entanto, ela ganhou seu auge no século XIX , durante o reinado de Isabel II , quando passou a ser símbolo de elegância e identidade nacional . Mesmo com a modernização da moda europeia, a mantilha resistiu como um símbolo da mulher espanhola tradicional , associada ao catolicismo, à devoção e à feminilidade recatada . Regiões e contexto cultural O uso mais tradicional é visto na Andaluzia , especialmente em cidades como Sevilha , Granada  e Córdoba . Ela aparece em ocasiões como: Procissões da Semana Santa  ( Semana Santa Sevillana ), quando as mulheres se vestem de preto como forma de penitência e devoção; Touradas  e festividades religiosas , onde o traje simboliza respeito e tradição; Casamentos reais e encontros com o Papa , onde o protocolo ainda permite o uso da mantilha preta para mulheres espanholas ou católicas de alto status. Símbolo de devoção e poder feminino A mantilha não era apenas uma peça de fé, mas também de status social . Mulheres das classes altas usavam versões luxuosas, com rendas finas e peinetas ricamente trabalhadas. Apesar de cobrir o corpo, o véu conferia um ar de mistério e sensualidade , reforçando a dualidade da mulher espanhola entre a modéstia religiosa e a força de sua presença. Hoje, a mantilha é usada em eventos cerimoniais, procissões religiosas e casamentos , como símbolo da tradição espanhola . Ela representa não só a devoção, mas também a preservação da identidade cultural feminina  em meio à globalização da moda.

  • Paul Poiret

    Paul Poiret foi um dos mais influentes estilistas do início do século XX e é frequentemente lembrado como o primeiro grande costureiro moderno . Ele revolucionou a moda feminina ao libertar as mulheres do espartilho e introduzir uma estética ousada, artística e inovadora. Nascido em 20 de abril de 1879 , em Paris, França , Paul Poiret era filho de um comerciante de tecidos. Desde jovem, demonstrou interesse por desenho e roupas, o que o levou a procurar trabalho com alfaiates e costureiros locais. Sua carreira começou de forma modesta, mas rapidamente ganhou destaque graças à sua criatividade e à capacidade de captar o espírito de mudança da virada do século. Em 1898 , Poiret começou a trabalhar na Maison Worth , uma das casas de alta-costura mais prestigiadas da época. Embora tenha aprendido muito ali, ele se sentia limitado pelo estilo conservador da maison. Em seguida, passou a trabalhar para Jacques Doucet , outro grande nome da moda parisiense, onde pôde desenvolver mais livremente suas ideias sobre formas soltas e linhas fluidas. Em 1903 , Paul Poiret fundou sua própria casa de moda, a Maison Poiret , em Paris. A partir daí, sua visão estética começou a transformar a maneira como as mulheres se vestiam. Ele foi o primeiro a criar roupas que dispensavam o uso do espartilho, símbolo de opressão feminina até então, substituindo-o por modelagens soltas, caftãs, túnicas e vestidos drapeados . Inspirado por culturas orientais, pelo exotismo e pela arte, Poiret introduziu elementos que rompiam com a moda rígida da Belle Époque. Um dos momentos mais icônicos de sua carreira foi a criação do “sari”  e da “saia lâmpada” (jupe entravée) , peças inspiradas na moda oriental e nos figurinos de bailarinas e cortesãs do Oriente. Poiret também foi um dos primeiros costureiros a usar a cor de forma ousada , influenciado pelos fauves  e pelo movimento artístico moderno. Além disso, Paul Poiret foi pioneiro em unir moda e arte . Ele foi um grande amigo do ilustrador Paul Iribe  e colaborou com artistas como Raoul Dufy , que desenhou estampas exclusivas para suas coleções. Em 1911, ele organizou um evento lendário chamado “Mil e Segunda Noite” , uma festa inspirada nas Mil e Uma Noites , onde apresentou suas criações orientais em um espetáculo teatral de luxo e fantasia — marcando um dos primeiros desfiles de moda performáticos da história. Poiret também foi um visionário no campo dos perfumes . Em 1911, fundou a Parfums de Rosine , em homenagem à sua filha, tornando-se o primeiro costureiro a criar uma linha própria de fragrâncias — uma estratégia de marketing que se tornaria comum entre estilistas nas décadas seguintes. Durante a Primeira Guerra Mundial , a Maison Poiret entrou em declínio. Após o conflito, o estilista encontrou um novo cenário na moda, dominado por linhas mais simples e esportivas, representadas por Coco Chanel , sua maior rival. Enquanto Chanel pregava a praticidade e a sobriedade, Poiret continuava fiel à extravagância e ao luxo, o que acabou o afastando do gosto popular. Em 1929 , sua maison declarou falência. Poiret tentou reinventar-se, mas nunca mais recuperou o sucesso dos anos anteriores. Ele viveu seus últimos anos em dificuldades financeiras, vendendo retratos e trabalhando ocasionalmente como consultor artístico. Paul Poiret faleceu em 30 de abril de 1944 , em Paris , praticamente esquecido pelo grande público, embora seu nome tenha sido redescoberto e valorizado nas décadas seguintes. Seu legado, no entanto, é imensurável. Paul Poiret foi o precursor da moda moderna , unindo arte, liberdade corporal e design. Ele antecipou tendências que só seriam retomadas décadas depois, como o prêt-à-porter, o uso de estampas artísticas e a ideia do estilista como criador e personalidade pública. Sobre livros e documentários , há diversas obras que exploram sua trajetória: "Poiret"  (publicado pela editora Thames & Hudson) — um livro ricamente ilustrado sobre sua vida e obra. "Paul Poiret: King of Fashion" , catálogo da exposição organizada pelo Metropolitan Museum of Art (MET)  em 2007, que celebrou sua influência na moda moderna. Além disso, há documentários e vídeos curtos produzidos por museus e canais de moda sobre sua contribuição para a história do vestuário, especialmente sobre sua relação com o design Art Déco e o orientalismo. Paul Poiret permanece uma figura central na história da moda, lembrado não apenas como costureiro, mas como artista visionário , que transformou a forma como o mundo enxerga o vestir.

  • Betty Blythe

    Betty Blythe foi uma atriz norte-americana do cinema mudo, conhecida por sua beleza marcante e pelos figurinos ousados e exóticos que usava nas telas, especialmente durante a década de 1920. Ela nasceu em 1º de setembro de 1893 , em Los Angeles, Califórnia , e faleceu em 7 de agosto de 1972 , também em Los Angeles, aos 78 anos. Betty começou sua carreira artística no teatro, atuando em peças de vaudeville antes de ingressar no cinema em 1916. Sua estreia nas telas coincidiu com o auge da era do cinema mudo, período em que ela rapidamente se destacou por sua presença cênica sofisticada e por interpretar personagens femininas fortes, misteriosas e sedutoras. O papel que a consagrou foi o da Rainha de Sheba  (Queen of Sheba, 1921), dirigido por J. Gordon Edwards. Esse filme tornou-se famoso não apenas pela grandiosidade da produção, mas também pelos figurinos reveladores usados por Betty, que chocaram parte do público conservador da época. O visual de inspiração Art Déco e orientalista , com joias, véus e tecidos translúcidos, ajudou a consolidar sua imagem de símbolo de sensualidade e elegância. Apesar do sucesso, o filme foi posteriormente considerado perdido, como muitos outros da era do cinema mudo. Ao longo de sua carreira, Betty Blythe participou de mais de 60 produções cinematográficas , transitando entre papéis dramáticos e românticos. Ela também interpretou personagens históricas e exóticas em filmes como The Queen of Sheba , The Black Panther’s Cub  (1921), Chu-Chin-Chow  (1923) e She  (1925). Seu estilo glamouroso e sua presença magnética influenciaram o padrão de beleza e comportamento feminino do cinema nos anos 1920, época em que Hollywood consolidava suas estrelas como ícones culturais. Com o advento do cinema falado, sua carreira sofreu uma transição. Betty continuou atuando, mas passou a receber papéis menores e participações não creditadas em produções sonoras, como em My Fair Lady  (1964), onde fez sua última aparição no cinema. Mesmo assim, ela se manteve ligada à indústria cinematográfica por quase cinco décadas, sendo lembrada como uma das pioneiras de Hollywood. Fora das telas, Betty Blythe também era conhecida por seu gosto refinado e por sua ligação com o movimento artístico Art Déco. Suas fotos e figurinos marcaram época, misturando sensualidade, elegância e teatralidade. Muitos figurinos que usou foram inspirados nos trabalhos de Erte  e Paul Poiret , grandes nomes da moda e do design do início do século XX. Betty faleceu em 1972, deixando um legado importante na história do cinema mudo. Ela foi uma das primeiras atrizes a desafiar os padrões de moralidade feminina de sua época, mostrando que a sensualidade podia ser expressa de forma artística e sofisticada. Sua figura permanece como um ícone da Era de Ouro do cinema mudo e da estética Art Déco.

  • Glória Coelho

    Glória Maria Menezes de Alencar Coelho nasceu em 1 de agosto de 1951 , em Pedra Azul Minas Gerais . Filha de Elmar Coelho e Yollah Menezes de Alencar Coelho, ela mudou-se ainda jovem para São Paulo, na década de 1960, onde deu seus primeiros passos na moda. Desde criança, Glória demonstrava interesse por trabalhos manuais e moda: conta-se que aos seis anos ganhou uma pequena cesta de costura da mãe, marca de um primeiro contato com o universo do vestir. Ela estudou corte, costura e bordado, e frequentou o Colégio Técnico Visual de Desenho de Comunicação Visual (IADE) em São Paulo. Além disso, fez cursos de aperfeiçoamento, como os promovidos pela Rhodia no Brasil, e teve contato com o Studio Berçot, de Paris, via cursos como os de Marie Rucki. Carreira Glória Coelho formalizou sua entrada no mundo profissional da moda em 1974, quando fundou a marca G , junto com sua irmã Graça Amazonas. O ateliê ficava na Rua Hungria, em São Paulo, e em pouco tempo suas peças chamaram atenção pela modelagem rigorosa, acabamento sofisticado e identidade própria. Com o tempo, a marca evoluiu e passou a ser conhecida simplesmente como Glória Coelho , nome que se consolidou como referência de moda autoral. Sua marca também incluiu uma linha chamada Carlota Joakina , voltada para um perfil diferente, com apelo diferenciado em estampas e modelagens. Outro ponto importante: Glória é mãe de Pedro Lourenço, estilista também, fruto de seu casamento com o também estilista Reinaldo Lourenço. Eles se casaram em meados da década de 1980 e se separaram em 2006. Estilo, estética e inovações Glória Coelho é conhecida por uma estética que combina minimalismo futurista  com experimentação tecnológica, aliada à delicadeza de acabamentos “manuais” e precisão de modelagem. Sua marca frequentemente desenvolve tecidos exclusivos ou usa materiais tecnológicos, como o “TK”, um tipo de neoprene antibacteriano que molda, estiliza e possui apelo funcional. Suas coleções dialogam com arte, arquitetura, design, futurismo, misticismo, cultura jovem, tendências globais e também revisitam décadas passadas (como os anos 60), reimaginando elementos clássicos sob nova ótica. Glória Coelho também não resiste a mostrar suas ideias em espaços pouco convencionais: exposições, instalações, cenografia cheia de impacto, ambientações artísticas, convites internacionais como o desfile em Madri (Passarela Cibeles) em 2008, dentre outros. Destaques da carreira Em 2008, ela foi convidada para exibir coleção no Cibeles Fashion Week , em Madri, com uma estética “novo clássico” que conversava tanto com suas referências pessoais quanto com inspirações artísticas internacionais. Em 2011, foi realizada a exposição “Glória Coelho – Linha do Tempo” , no Museu da Casa Brasileira, que reuniu cerca de 60 looks representativos de várias épocas de sua carreira, entre 1996 e 2011. Na ocasião, também foi lançado um livro que leva seu nome, com fotografias de suas criações e depoimentos de pessoas próximas. Em 2025, ela celebra seus 50 anos de carreira  com uma coleção especial com mais de 200 itens, além de um desfile digital e projeções públicas em São Paulo. Também marcou presença marcante no SPFW (São Paulo Fashion Week), frequentemente trazendo coleções que exploram o contraste entre tradição e tecnologia. Um dos desfiles comemorativos dos 50 anos ocorreu dentro do metrô de São Paulo, mostrando sua capacidade de pensar moda como parte da vida urbana e do tempo. Vida pessoal Glória é casada atualmente com Zé Roberto (proprietário de tecelagem) em um período anterior, e depois casou-se com Reinaldo Lourenço. Com ele teve seu filho Pedro Lourenço, que seguiu carreira de estilista. Seu olhar para a moda também incorpora a maternidade, as referências pessoais e o envolvimento com sua família na história criativa da marca. Prêmios e reconhecimento Glória Coelho já recebeu diversos prêmios ao longo da vida. Em 1997, ganhou o Prêmio Phytoervas de Moda como melhor estilista. Também foi reconhecida no Moda Brasil, entre outros prêmios nacionais. Em 2014, levou o Prêmio Shell de Teatro  na categoria “Melhor Figurino” pelo espetáculo Trágica.3 , dirigido por Guilherme Leme. Legado e importância Glória Coelho é uma estilista cuja carreira “se confunde com a história da moda brasileira”. Ela é admirada por sua capacidade de se reinventar sem perder identidade, de antecipar tendências, de valorizar tecidos e técnicas, de misturar o artesanal com o tecnológico, o clássico com o futurista, o local com o universal. Sua marca é referência de elegância intelectual, precisão de corte, inovação estética e apelo internacional. Além disso, sua trajetória serve de inspiração para outras gerações, mostrando que longevidade na moda é possível quando se mantém paixão, consistência, integridade criativa e comprometimento com a estética.

  • Princípios básicos de modelagem

    Quando olhamos uma peça de roupa, é comum pensar primeiro no tecido, na estampa ou até mesmo na costura. Mas o que realmente dá forma à peça o que define como ela vai cair no corpo, onde ela ajusta, onde ela solta é a modelagem. Modelar é esculpir o tecido, transformar uma ideia abstrata em algo tridimensional, sem modelagem, não há roupa, só pano. O que é modelagem? Modelagem é o processo de criação da forma de uma peça de vestuário , transformando o desenho (croqui ou projeto) em moldes que serão usados para cortar o tecido e costurar a peça. É o momento em que a criatividade se encontra com a técnica, onde o design começa a se materializar. Um pouco de história: como surgiu a modelagem A modelagem como conhecemos hoje começou a tomar forma entre os séculos XVIII e XIX, quando a alfaiataria se consolidou como uma arte de precisão. Mas foi no início do século XX, com o surgimento da alta-costura em Paris especialmente com Charles Frederick Worth , considerado o primeiro costureiro moderno que a modelagem ganhou protagonismo. Mais tarde, estilistas como Madeleine Vionnet  e Cristóbal Balenciaga  elevaram a modelagem à categoria de arte, cada um à sua maneira (e vamos falar deles abaixo!). Tipos de modelagem: as principais técnicas usadas na moda 🔹 Modelagem Plana (ou bidimensional) Feita sobre papel, com base em medidas do corpo, é o método mais usado na indústria e no ensino técnico. Características: Utiliza moldes base (blusa, saia, calça, etc.) É geométrica e precisa Permite reprodutibilidade em larga escala Usa régua, esquadros, curvas francesas, papel kraft ou vegetal Para quê é ideal? Produção industrial, roupas sob medida e criação técnica. 🔹 Moulage (ou draping) Técnica tridimensional, feita diretamente sobre o manequim, a palavra vem do francês mouler  — moldar. Características: Usa tecido (geralmente algodão cru ou morim) preso ao manequim Permite testar volumes e caimentos em tempo real Mais artística e intuitiva Muito usada em alta-costura Referência histórica:Madeleine Vionnet  foi uma das grandes mestras da moulage — ela criava vestidos incríveis com cortes enviesados, sem moldes de papel. Para quê é ideal? Criações autorais, peças com caimento fluido, formas orgânicas, designs únicos. 🔹 Modelagem Digital (CAD – Computer-Aided Design) A modernização da modelagem plana, feita com softwares específicos. Características: Permite simular o caimento da peça no corpo virtual Ajustes podem ser feitos com mais rapidez Integração com sistemas de corte automático Ganha espaço na indústria de moda 4.0 Softwares populares: Audaces Optitex Lectra Clo3D (com simulação 3D hiper-realista) Para quê é ideal? Grandes confecções, prototipagem rápida, marcas digitais, design sustentável com menor uso de tecido. 🔹 Modelagem Experimental / Escultural Uma abordagem mais livre e artística, que mistura moulage, técnicas manuais e construção tridimensional sem regras fixas. Muito usada em: Moda conceitual, figurinos de teatro, arte têxtil e projetos autorais ousados. Como funciona o processo de modelagem? Etapas principais: Levantamento de medidas Pode ser sob medida ou baseado em tabelas padronizadas (ABNT, por exemplo). Criação da base Bloco inicial que será modificado para criar os modelos. Interpretação de modelo Transforma o desenho da roupa (croqui) em moldes com pences, cortes, volumes, etc. Prototipagem (piloto) Primeira versão da peça feita em tecido de teste (geralmente algodão cru). Ajustes e correções Com base na prova, o molde é corrigido até atingir o caimento desejado. Grade Ampliação para os diferentes tamanhos (P, M, G, etc.) Grandes nomes da modelagem Madeleine Vionnet  – a rainha da moulage e do corte enviesado. Cristóbal Balenciaga  – mestre da escultura em tecido. Yohji Yamamoto  – formas desconstruídas, modelagem como poesia. Rei Kawakubo (Comme des Garçons)  – desconstruiu as regras da forma. Martin Margiela  – explorou o avesso, o bruto, o inacabado como estética. Na indústria brasileira, nomes como Jal Vieira  e Sandra Teschner  também ajudaram a consolidar o ensino de modelagem. Por que entender modelagem muda seu olhar sobre a moda? 🔸 Você começa a enxergar o valor técnico da roupa. 🔸 Aprende a escolher peças que valorizam seu corpo. 🔸 Desenvolve um olhar mais crítico para o caimento, o conforto e o acabamento. 🔸Para quem trabalha com moda, a modelagem é poder criativo   transforma ideias em realidade. Modelagem e sustentabilidade: um elo importante Sabia que modelagem inteligente reduz desperdício de tecido? Técnicas como modelagem zero waste  criam moldes que aproveitam 100% do tecido, sem sobras, e a modelagem digital  evita desperdícios na fase de prototipagem. Ou seja:  modelar bem também é um ato ecológico. DOCUMENTÁRIOS E FILMES IMPORTANTES SOBRE MODELAGEM E CONSTRUÇÃO DE ROUPAS "Dior and I" (2014) Um dos mais recomendados  para quem quer ver a mágica da modelagem na alta-costura . Acompanha a estreia de Raf Simons na Dior. Mostra a equipe de atelier (moulageiras, costureiras e modelistas) criando roupas em tempo real a partir de croquis. Você vê a moulage sendo feita no manequim, provas, ajustes e a interação com os tecidos. É poético, técnico e emocionante. Para entender o valor do trabalho manual da modelagem na alta-costura. "Cristóbal Balenciaga" (2024) – série da Disney+ Série dramatizada sobre o mestre da construção. Mostra como Balenciaga revolucionou a modelagem e trabalhava o tecido como escultura viva . As cenas em atelier são riquíssimas para entender o processo criativo e técnico. Balenciaga era um gênio da forma – assistir essa série é como entrar dentro da cabeça de um modelista-artista. "House of Z" (2017) – Netflix Documentário sobre Zac Posen, estilista americano. Mostra seu processo de criação e construção de vestidos icônicos. Dá enfoque em moulage e ajustes complexos em peças de red carpet. "Made to Measure" – YouTube (Gratuito, canal SHOWstudio) Série com foco na construção sob medida (tailoring) . Apresentada por Nick Knight , mostra artistas e designers produzindo peças com abordagem técnica. Tem vídeos com costureiras, modelistas e moulageiras trabalhando ao vivo . Vale explorar outros vídeos do canal SHOWstudio, muitos com foco em processo de modelagem e moulage. "The First Monday in May" (2016) Bastidores da organização do MET Gala. Apesar do foco ser na curadoria do evento, há momentos que mostram construção de peças de alta-costura , fitting, prova de roupa e ajustes com modelistas. YOUTUBE Canais com foco em modelagem 🔸 Moda sob Medida (brasileiro) https://www.youtube.com/@modasobmedida Tem vídeos sobre moulage, modelagem plana e técnicas práticas. 🔸 Juliana Sena (brasileira) https://www.youtube.com/@JulianaSenaOficial Explica sobre modelagem com linguagem simples, inclusive para iniciantes. 🔸 Moulage with Emiko  (internacional) https://www.youtube.com/@MoulagewithEmiko Canal inteiro focado em moulage artística e escultural. LIVROS CLÁSSICOS E ESSENCIAIS SOBRE MODELAGEM Modelagem Prática para Confecção de Roupas  – Marlene Mukai (Brasil) O mais conhecido no Brasil. Didático, acessível, com moldes base e interpretações. Ideal para quem está começando ou quer se aperfeiçoar. Tem várias versões: feminina, masculina, infantil e plus size. Modelagem Plana Feminina  – Senac São Paulo Muito usado em escolas técnicas e faculdades de moda. Aborda modelagem plana com riqueza de detalhes técnicos. Traz a construção dos moldes base, interpretação de modelos, ajustes e gradação de tamanhos. Patternmaking for Fashion Design  – Helen Joseph Armstrong (EUA) Um dos livros mais completos do mundo  sobre modelagem plana. Com mais de 800 páginas, é usado em cursos internacionais. Aborda modelagem básica, avançada e interpretação criativa. Pattern Magic (volumes 1, 2 e 3)  – Tomoko Nakamichi (Japão) Foco em modelagem experimental e conceitual . Ideal para quem quer criar formas esculturais, dobraduras e volumes incomuns. Inspiração pura para moda autoral, figurino e arte têxtil. Draping: The Complete Course  – Karolyn Kiisel (EUA) Bíblia da moulage  moderna. Ensina desde o básico até vestidos de alta-costura. Acompanha moldes e tem versão com vídeo aula. How to Make Sewing Patterns  – Donald H. McCunn (EUA) Livro clássico da modelagem sob medida. Explica com clareza como adaptar moldes ao corpo real. Muito indicado para quem quer desenvolver roupas autorais ou sob medida para clientes reais. Construção de Moda  – Elisete Rampazzo (Brasil) Livro didático e organizado, com passo a passo técnico. Indicado tanto para estudantes quanto para quem atua na confecção. Aborda a construção da modelagem até o encaixe do molde para corte. Metric Pattern Cutting for Women’s Wear  – Winifred Aldrich (Reino Unido) Muito usado na Europa. Técnica, precisa e muito voltada à moda contemporânea. Aborda modelagem plana com foco em proporções reais do corpo. The Art of Fashion Draping  – Connie Amaden-Crawford Grande referência em moulage (draping). Aborda desde o básico até designs complexos. Usa linguagem técnica, mas com muitas imagens claras. Zero Waste Fashion Design  – Timo Rissanen & Holly McQuillan Ideal para você, que ama moda com propósito. Traz fundamentos da modelagem sustentável, com projetos que aproveitam 100% do tecido. Inspiração prática e filosófica para moda consciente.

  • Diane Pernet

    Entre a moda, o cinema e a vanguarda Diane Pernet nasceu em 8 de outubro de 1946, em Washington, D.C., nos Estados Unidos. Hoje radicada em Paris, ela é uma das figuras mais enigmáticas e influentes do universo da moda contemporânea, reconhecida por seu estilo inconfundível e pela capacidade de unir moda, arte e cinema de maneira única. Antes de se tornar um ícone da crítica de moda, Diane estudou film and communications  na Temple University, nos Estados Unidos, e também teve passagem pelo Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York. A formação em cinema marcou profundamente sua trajetória, influenciando sua maneira de enxergar a moda como uma linguagem visual e narrativa. Nos anos 1980, ela iniciou sua carreira como designer, mantendo sua própria marca de roupas por cerca de 13 anos. Nesse período, Diane já demonstrava uma estética autoral, elegante e um tanto sombria, que mais tarde se tornaria sua assinatura visual. Após encerrar sua marca, ela se mudou para Paris, onde começou a trabalhar com figurino para o cinema. Um de seus projetos mais conhecidos foi o filme Golem, l’Esprit d’Exile  (1992), do diretor Amos Gitai. A partir da década de 1990, Diane Pernet passou a se destacar como jornalista e crítica de moda. Trabalhou como editora e repórter para revistas prestigiadas, como Joyce , Elle France  e Vogue Paris . Em 2005, ela criou o blog A Shaded View on Fashion (ASVOF) , um dos primeiros e mais influentes blogs de moda do mundo. O espaço se tornou um ponto de referência para quem busca uma visão autoral, profunda e artística sobre o universo fashion. Em 2008, Pernet deu um passo além ao fundar o festival A Shaded View on Fashion Film (ASVOFF) , o primeiro festival internacional dedicado ao cinema de moda. Realizado anualmente em Paris, o evento reúne curtas-metragens, documentários, performances e exposições que exploram a moda como forma de arte e expressão. O ASVOFF também já viajou para diversos países, levando a proposta inovadora de Diane para museus e festivais de todo o mundo. Além do trabalho como curadora e crítica, Diane Pernet também lançou sua própria linha de perfumes, em colaboração com o Intertrade Group. As fragrâncias To Be Honest , Wanted , Shaded  e In Pursuit of Magic   refletem sua estética misteriosa e sofisticada. Cada aroma traduz um aspecto de sua personalidade: introspectiva, poética e envolta em sombras elegantes. O estilo pessoal de Diane é uma de suas marcas mais fortes. Ela é facilmente reconhecida pelo visual todo preto, pelas mantilhas e véus de renda, pelos óculos escuros e pelas plataformas altas. Essa imagem, quase icônica, tornou-se parte inseparável de sua identidade e simboliza a fusão entre moda e arte que ela representa. Seu look é muitas vezes descrito como “gótico chic” teatral, mas refinado e expressa sua filosofia de que vestir-se é também contar uma história. Ao longo da carreira, Diane Pernet foi homenageada com prêmios e reconhecimentos internacionais, sendo citada na lista BOF 500  do Business of Fashion , que reúne as pessoas mais influentes da moda global. Ela é vista como uma pioneira do fashion blogging e uma das grandes responsáveis por legitimar o gênero do fashion film  como forma artística. Apesar de sua aparência misteriosa, Diane tem um lema que reflete bem sua essência: “Shaded, not jaded”   “sombria, mas não amarga”. Ela acredita que a moda deve ser mais do que consumo: deve inspirar, questionar e emocionar. Sua atuação como mentora e apoiadora de novos talentos reforça essa visão. Diane busca empoderar jovens criadores, incentivando a originalidade e a expressão pessoal acima das tendências passageiras. Hoje, Diane Pernet continua morando em Paris, onde mantém o blog e o festival ASVOFF. Sua vida e obra são a prova de que a moda pode ser profunda, intelectual e poética um reflexo das múltiplas camadas de sombra e luz que definem sua própria jornada.

  • Norma Kamali

    Nome completo:  Norma Kamali Data de nascimento:  27 de junho de 1945 Local de nascimento:  Nova York, Estados Unidos Profissão:  Estilista, designer, empreendedora Norma Kamali é uma das estilistas mais influentes da moda americana, conhecida por sua inovação, versatilidade e designs que unem estilo, conforto e funcionalidade. Com uma carreira que atravessa décadas, ela transformou roupas básicas em peças icônicas e elevou o conceito de moda prática sem abrir mão da sofisticação. Início da carreira Norma nasceu em Nova York e desde cedo demonstrou interesse por costura e design. Formou-se na Fashion Institute of Technology (FIT) , onde começou a experimentar conceitos inovadores de vestuário. Iniciou sua carreira criando roupas para o mercado jovem, com foco em designs confortáveis e versáteis, mas ainda elegantes. A marca Norma Kamali Em 1968, lançou sua própria marca, Norma Kamali , em parceria com seu marido, Mount Kamali. Tornou-se conhecida por peças revolucionárias, como: Sweatshirt dress : o vestido feito a partir de moletom, elegante e casual. Sleepwear como streetwear : transformar pijamas em roupas do dia a dia. Roupas de malha drapeadas : modelagem flexível que valorizava o corpo sem restringir movimento. Roupas esportivas fashion : pioneira em unir atletismo e alta moda, criando peças que funcionam para treino e lifestyle. Kamali também inovou com roupas em tecido stretch , que se adaptam a diferentes silhuetas, e peças multifuncionais, antecipando tendências de moda prática e sustentável. Contribuições e inovações Norma Kamali é famosa por reescrever o conceito de roupa feminina, tornando o conforto tão importante quanto o design. Seus modelos icônicos marcaram décadas e são revisitados constantemente por novas gerações de estilistas. Criou roupas para celebridades como Farrah Fawcett, Cher e Beyoncé , sendo uma referência em moda americana. Pioneira na moda fitness, unindo glamour e funcionalidade antes de ser tendência global. Estilo e filosofia Kamali acredita que a moda deve ser libertadora, prática e durável . Ela transformou o casual wear  em alta-costura acessível, valorizando tecidos que se ajustam ao corpo, permitindo liberdade de movimento e estilo contemporâneo. Seu trabalho é uma combinação de design inovador, estética moderna e visão empreendedora , tornando suas coleções atemporais. Livros e publicações I Am Invincible apresenta inteligência e sabedoria da inovadora, influente e empoderadora guru do bem-estar e designer Norma Kamali. "Após décadas em uma indústria obcecada pela juventude, a designer escreve em seu novo livro que 'você pode se sentir melhor e ser melhor com a idade.'" -- Wall Street Journal Documentários e mídia Embora não haja documentários exclusivos, Norma Kamali é frequentemente destacada em: Exposições de moda contemporânea nos EUA e Europa. Programas sobre moda fitness, streetwear e inovações de design . Revistas renomadas como Vogue , Harper’s Bazaar , Elle  e W Magazine , onde seu trabalho é citado como referência de inovação e estilo funcional. Curiosidades Kamali foi uma das primeiras a unir conforto e alta moda , antecipando o que hoje chamamos de “athleisure”. Muitas de suas peças, como o sweatshirt dress , se tornaram ícones da cultura pop e da moda americana. Ela permanece ativa no mercado, com sua marca vendida em boutiques e grandes varejistas internacionais, mantendo sua visão original de moda prática e elegante. Legado Norma Kamali é lembrada como uma estilista que transformou a forma como as mulheres se vestem, tornando roupas confortáveis e funcionais algo desejável e elegante. Seu impacto vai além do design: ela inspirou gerações a valorizar estilo e conforto simultaneamente, estabelecendo padrões que ainda influenciam a moda global. “Eu sempre quis que minhas roupas fossem algo que você pudesse amar, vestir e se sentir incrível sem esforço.” — Norma Kamali

  • Isabella Blow

    Nome completo: Isabella Delves Broughton Blow Data de nascimento: 19 de novembro de 1958 Local de nascimento: Marylebone, Londres, Inglaterra Falecimento: 7 de maio de 2007, Londres, Inglaterra Profissão: Editora de moda, consultora de estilistas, musa da moda Isabella Blow foi uma das figuras mais icônicas e excêntricas do mundo da moda. Conhecida por seu estilo único, energia magnética e faro extraordinário para novos talentos, ela foi uma influenciadora e musa que mudou a vida de estilistas, fotógrafos e designers, deixando um legado duradouro. Infância e formação Isabella nasceu em uma família aristocrática britânica; seu pai era Edward Delves Broughton, um terratenente inglês. Cresceu entre tradicionalismo e criatividade, o que ajudou a formar seu senso estético excêntrico e independente. Estudou arte e moda desde jovem, desenvolvendo interesse por design, figurinos e fotografia. Carreira na moda Isabella ficou famosa por ser uma caçadora de talentos e por seu trabalho como editora e consultora de moda: Trabalhou para revistas como Tatler, Vogue, The Sunday Times, Harpers & Queen. Ficou conhecida por descobrir e apoiar talentos emergentes, sendo responsável por lançar estilistas como Alexander McQueen, Philip Treacy e Hussein Chalayan. Isabella era também famosa por seu estilo excêntrico, incluindo chapéus dramáticos (principalmente de Philip Treacy), roupas e acessórios que desafiavam convenções. Atuava como musa inspiradora para designers e fotógrafos, muitas vezes posando para editoriais ousados e experimentais. Contribuições icônicas Alexander McQueen : Isabella Blow foi a primeira a comprar uma peça de McQueen, encorajando-o a seguir carreira na moda. Philip Treacy: Apoiou o trabalho do designer de chapéus, ajudando-o a ganhar projeção internacional. Fotografia e editoriais: Participou de inúmeras produções criativas, tornando-se referência de estilo ousado e provocador. Seu estilo pessoal, com chapéus monumentais, maquiagem dramática e vestuário excêntrico, continua a inspirar artistas e estilistas até hoje. Vida pessoal Isabella era conhecida por sua personalidade vibrante, excêntrica e emocionalmente intensa. Lutou contra problemas de saúde mental, incluindo depressão. Casou-se com Nicholas Blow, mas o casamento terminou em divórcio. Sua vida foi marcada pelo contraste entre glamour, criatividade e dificuldades emocionais profundas. Falecimento Isabella Blow faleceu em 7 de maio de 2007, aos 48 anos, em Londres. Sua morte foi um choque para o mundo da moda; muitos estilistas e amigos a consideravam uma força vital criativa insubstituível. Livros e documentários sobre Isabella Blow Livros: “Isabella Blow: A Life in Fashion” – Rebecca Arnold Biografia completa, com foco na vida pessoal, carreira e influência no mundo da moda. “Blow: The Life and Style of Isabella Blow” – Elizabeth Wilson Explora sua carreira como editora, musa e caçadora de talentos. Documentários e filmes: “Blow-Up: Isabella Blow” – Documentário sobre sua vida e legado (exibição limitada em festivais de moda e cinema). Filmes inspirados em sua persona: Sua vida e estilo excêntrico inspiraram personagens de filmes de moda, incluindo o universo da alta-costura retratado em biografias de estilistas como Alexander McQueen. Legado Isabella Blow é lembrada como uma das maiores musas da moda contemporânea, com olhar visionário e coragem para apoiar talentos inovadores. Seu estilo excêntrico, ousado e teatral permanece referência em editoriais, desfiles e revistas de moda. Ela mostrou que, além de talento e técnica, a moda é sobre personalidade, ousadia e visão artística. “Ela não apenas usava moda, ela a vivia e a respirava.” — Comentário de Alexander McQueen

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